Após um processo eleitoral com recorde de participação, a diretoria "Apub que Abraça" assumiu no último sábado (21) a gestão dos próximos dois anos do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia. A assembleia, realizada na sede da entidade, em Salvador, deu posse à Diretoria, Conselho Fiscal e Conselho de Representantes da Apub e contou com a presença da comunidade acadêmica, filiados e filiadas, parlamentares e representantes de movimento sociais e entidades sindicais.
Quem assume a presidência do sindicato para o próximo biênio é Raquel Nery, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutora em Letras e atuante na formação de professores da Educação Básica. A docente toma posse após a gestão encabeçada por Marta Lícia e Clarisse Paradis, que assumiu a presidência após Marta precisar se afastar por questões de saúde. Após homenagem às professoras, Raquel destacou a necessidade da Apub fortalecer a luta unitária dentro e fora da universidade.
"Iniciamos este mandato com o desafio de reconstituir o tecido de nossos relacionamentos para que continuemos, de forma fraterna e convergente, a luta pelos nossos salários, carreira, condições de trabalho e aposentadoria; a luta pela universidade, seu orçamento, seu papel no desenvolvimento do país e na emancipação dos sujeitos; a luta pela democracia", apontou.
A professora também ressaltou a importância da diversidade de setores que dão sustento a essa gestão e defendeu um sindicato atento aos problemas políticos, sociais e ambientais do próximo período.
"Essa diretoria foi formada com o respaldo expressivo de um arco amplo e diversificado de forças políticas - parlamentares, dirigentes sindicais, movimentos sociais, membros de entidades científicas - que formaram uma constelação de apoio tão diversa quanto a universidade é e precisa ser. A luta pela universidade continuará requerendo de nós a capacidade de dialogar com os que compreendem o valor da liberdade, dos direitos humanos e da construção do bem comum pelo enfrentamento às iniquidades sociais, pela observação contínua dos direitos humanos, pela atenção à emergência climática e a busca de soluções em que todos sejam considerados. Então vamos à luta?”, conclamou a nova presidenta.
Além de Raquel, a nova diretoria da Apub é composta por Barbara Coêlho (vice-presidenta); Renato Francisquini (diretor administrativo); Auristela Felix (diretora financeira); Márcio André dos Santos (diretor acadêmico); Marco Cerami (diretor de comunicação e cultura) e Marcos D’Aguiar (diretor social e de aposentados).
56 anos de história e compromisso social
A Apub, inicialmente sigla para Associação dos Professores Universitários da Bahia, foi fundada em agosto de 1968 como reação à invasão da Polícia Militar na Faculdade de Economia da UFBA, durante a ditadura militar. Desde então, o sindicato sempre fez parte das lutas em defesa da democracia e de direitos sociais. Durante a mesa de saudações, o vice-reitor da UFBA, Penildon Silva, destacou o compromisso do sindicato para além das pautas da categoria.
"A Apub é um sindicato que nunca esqueceu as pautas sindicais. Mas sempre foi um sindicato mais amplo, que discute a universidade, que surgiu como resistência à ditadura militar, que surgiu como uma entidade que briga pela democracia dentro da concepção de 'sindicato cidadão' - um sindicato que se preocupa com as questões corporativas, mas que compreende que essas questões estão ligadas umbilicalmente à universidade, ao país, a um projeto de nação, de democracia, de desenvolvimento", ressaltou o professor.
A mesa também contou com as presenças de Flavio Alves da Silva, vice-presidente do PROIFES – Federação; Antônio Bonfim, da Assufba; Moacir Cruz (Centro Acadêmico Ruy Barbosa – CARB); e Laís Santana, presidenta do Conselho Estadual de Juventude. Também participaram as vereadoras Marta Rodrigues (PT) e Aladilce Souza (PCdoB), a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) e a deputada federal Alice Portugal (PCdoB). Lucila Correia, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), destacou o protagonismo feminino na direção do sindicato.
"Vivemos numa sociedade eminentemente machista, onde os espaços de poder são ocupados por homens, e muitas das vezes as mulheres nem têm a chance de falar. Mas aqui está um sindicato onde uma presidenta e uma vice deram lugar a outra presidenta e outra vice", ressaltou a dirigenta sindical.
Edição: Gabriela Amorim