Após mais um ano de lutas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deu início no último domingo (15) ao seu 37º Encontro Estadual na Bahia. Realizado no Parque de Exposições, em Salvador, o evento reúne mais de 2000 pessoas, entre militantes, organizações sociais e lideranças políticas, para debater os desafios e as perspectivas da Reforma Agrária Popular no Brasil e, especialmente, no estado. Com uma programação diversificada, o encontro, que vai até a próxima quarta (18), aborda temas centrais como a produção agroecológica, crise climática e saúde mental.
O 37º Encontro Estadual do MST na Bahia reafirma o compromisso do movimento com a luta por terra, dignidade e soberania alimentar, fundamentais para o avanço da Reforma Agrária Popular. A mesa de abertura contou com a presença de representantes de movimentos sociais e lideranças políticas, como Fabya Reis, Secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia (Seades); Lucinha do MST, Deputada Estadual Suplente e Secretaria Nacional de Movimentos Sociais do PT; Evanildo Costa e Eliane Oliveira, Direção Nacional do MST-BA; Adriana Marmori, Reitora da UNEB; Mirian Reis, Diretora do Campus dos Malês da UNILAB; Adalton Binas, Diretor do Programa Mais Médicos da Bahia; Carlos Gabas, Secretário Executivo do Consórcio Nordeste; Celi Taraffel, professora da UFBA, além de João Paulo Rodrigues, Direção Nacional do MST, que destacou o papel da esquerda e do MST para enfrentar os desafios do próximo período.
"A esquerda precisa retomar a luta política e social, assumindo novamente a liderança na busca por melhorias na qualidade de vida da nossa população. É fundamental que os líderes e representantes desse movimento se comprometam a promover políticas públicas efetivas e a articular esforços coletivos que visem a redução das desigualdades, a valorização dos direitos humanos e o fortalecimento das instituições democráticas", apontou.
Formação e organização popular
Através de mesas de diálogo, assembleias e exibição de filmes, o encontro reafirma a importância da luta pela terra e pela justiça social. Para os próximos dias, estão previstos debates sobre o balanço das eleições de 2024, saúde e prevenção do adoecimento mental, luta contra o racismo e violência de gênero, dentre outros temas. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) também confirmou presença na atividade.
A Reforma Agrária Popular defendida pelo MST busca promover a democratização do acesso à terra, a produção de alimentos saudáveis e o desenvolvimento sustentável no campo, em oposição ao modelo de concentração fundiária e ao agronegócio predatório. Segundo o movimento, o encontro estadual simboliza não apenas um momento de reflexão, mas também de fortalecimento da unidade entre os trabalhadores do campo e da cidade.
Edição: Lorena Andrade