“Direito à Comunicação: Comunicação comunitária, conflitos por terra e democracia” será o tema da mesa realizada pelo Centro de Comunicação Democracia e Cidadania, órgão complementar da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no próximo dia 28 de novembro. O debate acontecerá na Sala 11 da Faculdade de Comunicação, às 8h, durante as atividades do Congresso UFBA 2024, trazendo a público pesquisas e discussões que vêm sendo realizadas pelo Centro.
O objetivo do encontro é promover um debate, junto à comunidade acadêmica, em relação a como se articulam as resistências de comunidades e coletivos que lutam pelo direito à terra e território através da construção de uma comunicação comunitária, para um consequente fortalecimento da democracia.

Um dos momentos colocará em pauta os resultados da pesquisa “Mídias, Discursos e Silenciamento: Análise da Cobertura Jornalística sobre o Assassinato de Mãe Bernadete”, realizada pelo CCDC. O estudo evidencia as relações do caso com a luta por terra e território e o processo de desinformação evidente na cobertura da mídia hegemônica.

Elis Freire, pesquisadora do CCDC, traçará relações entre os dados encontrados na pesquisa e o cenário de busca de reconhecimento e garantia de direitos pelas comunidades quilombolas. O foco da discussão será apontar relações entre os resultados dos estudos e a bibliografia mais recente sobre comunidades tradicionais, com referências a autores como Antônio Bispo e Rosane Borges.

A mesa também reservará um espaço para apresentar o caso da luta por titulação do Quilombo Quingoma, conduzido pela pesquisadora Luhara Noamy. O Quingoma é possivelmente o quilombo mais antigo do país ainda habitado, e as suas lideranças Rejane Rodrigues, Raquel Conceição, Gabriela Sacramento, Ana Lucia dos Santos e Rosemeri Nascimento foram entrevistadas na primeira reportagem do Projeto Mulheres da Terra, realizada pelo CCDC neste ano.

A mestra em Comunicação e Cultura contemporâneas (POSCOM/UFBA) e doutoranda pelo mesmo programa Tâmara Terso apresentará uma discussão sobre o direito à comunicação e os papeis desta àrea na luta por direitos e reconhecimento junto à esfera pública. Já Gabriela Amorim, doutoranda em Estudos sobre Mulheres Gênero e Feminismo, trará à mesa as imbricações entre raça, classe e gênero que perpassam todos os casos apresentados.

Por fim, Alfredo Portugal, cocriador do Brasil de Fato e doutorando em Educação (Faced/UFBA), apresentará o trabalho do veículo na construção de comunicação comunitária. A proposta é traçar uma relação do fazer jornalístico não hegemônico com o combate à violação de direitos, em que a comunicação é uma estratégia para as lutas populares e dos territórios.

Serviço
O quê: Mesa “Direito à Comunicação: Comunicação comunitária, conflitos por terra e democracia”
Quando: 28 de novembro, às 8h
Onde: Sala 11 da Faculdade de Comunicação da UFBA

 

Edição: Gabriela Amorim