O início do julgamento de José Alexandre Passo Góes Silva, acusado pelo feminicídio da jovem quilombola Elitânia de Souza da Hora foi adiado pela quinta vez. O júri popular seria realizado nesta quarta-feira (24), no Fórum Augusto Teixeira de Freitas, em Cachoeira (BA), mas foi remarcado para a próxima quarta (31).
Diversas entidades e coletivos demonstraram indignação com a lentidão para o julgamento do assassinato ocorrido há quase cinco anos. Em nota conjunta, o Instituto Odara e a organização TamoJuntas afirmaram que o novo adiamento demonstra desrespeito e descaso do judiciário para tratar de crimes letais praticados contra mulheres e pessoas negras.
“Não vamos permitir que a morte de Elitânia seja tratada como uma banalidade ou que o processo se perca em meio a tantos milhares de outros que ‘não dão em nada’. Não vamos tolerar a violência e o desrespeito, e muito menos a impunidade”, afirmam em nota.
A Conaq também emitiu nota demonstrando indignação com o novo adiamento e reforçando que o protesto previsto para acontecer no dia 24 antes do início da audiência do júri segue mobilizado para acontecer no dia 31, em frente ao Fórum de Cachoeira, onde deve ocorrer o julgamento.
Lembre o caso
Elitânia de Souza da Hora foi assassinada em novembro de 2019 pelo seu ex-namorado Alexandre Góes Silva, quando voltava para casa. Ela era estudante de Serviço Social na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), onde integrava o Coletivo de Estudantes Quilombolas da UFRB – Osório Brito. Ela também integrava a Associação de Mulheres do Quilombo Tabuleiro da Vitória (AMQTVA) em Cachoeira.
Ela já havia feito duas queixas sobre ameaças e agressão contra o ex-namorado, tinha uma medida protetiva contra ele e também havia solicitado uma segunda medida protetiva que não chegou a ser expedida.
Edição: Gabriela Amorim