Bahia

Direitos LGBTQIA+

Sessão na Câmara Municipal de Salvador celebra os direitos das pessoas LGBTQIA+

De acordo com o GGB, em 2023, foram registradas 257 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ no Brasil

Salvador |
Sessão solene, proposta pela Mandata Coletiva Pretas no Poder, debateu acesso a direitos e violências contra a população LGBTQIA+ - Claudia Correia

A mandata coletiva Pretas por Salvador promoveu na Câmara Municipal de Salvador, no último dia 17, data que marca o Dia Internacional pelo Fim da LGBT+fobia, sessão especial para comemorar o primeiro ano da Casa Marielle Franco. O equipamento, mantido por doações e trabalho voluntário, se consolidou como um espaço de resistência e acolhimento e cumpre um papel importante no apoio para o acesso a direitos por mulheres e pessoas LGBTQIA+ em situação vulnerável, de Salvador e de outras localidades que estão de passagem pela capital baiana.

Na composição da Mesa, presidida pela co-vereadora Laina Crisóstomo (PSOL), estiveram presentes a defensora-geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), Firmiane Venâncio e a professora Amélia Maraux, pró-reitora de Ações Afirmativas da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). A co-vereadora Laina ressaltou as crescentes violências de gênero e a importância de ocupar espaços de poder, como o Legislativo para combater a violação de direitos contra o segmento LGBTQIA+ no país.

Segundo dados divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2023, foram registradas mortes violentas de 127 travestis e transgêneros, 118 gays, 9 lésbicas e três bissexuais, totalizando 257 vítimas de crimes de ódio no Brasil. O GGB é a organização não governamental LGBT mais antiga da América Latina.

Sandra Munhoz, militante dos direitos humanos e conselheira estadual dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, discursou na sessão e enfatizou a importância da rede de serviços de proteção às mulheres como o Centro de Referência da Mulher Loreta Valadares e do Conselho Municipal da Mulher que está desativado em Salvador. Ela chamou atenção para as dificuldades enfrentadas para manter a Casa Marielle Franco com doações e criticou as deficiências dos serviços vinculados à Política Municipal da Mulher.

Durante a sessão também foi realizada a premiação da II Edição do Prêmio Xica Manicongo, para lembrar da importância da coletividade e do aquilombamento. Trinta e uma personalidades engajadas em entidades de defesa dos direitos LGBTQIA+ foram homenageadas pela mandata. Dentre os homenageados, Roberto Junior, do Orgulho Rubro Negro, do Esporte Clube Vitória; Eduardo Rocha, do Cartografia Assexuada; Eva e Tetê Carrera, do Metbronka; e Camila Nascimento da Mill Trans.

Edição: Gabriela Amorim