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Petrobras assinou acordo com a Unigel; fábricas de fertilizantes devem seguir funcionando

O acordo de industrialização por encomenda deve garantir o emprego de cerca de 700 trabalhadores na Bahia e em Sergipe

Salvador |
Unigel arrendou a FAFEN Bahia e Sergipe em 2021, reiniciando a operação de ambas - Alberto Coutinho/GOVBA

Nos últimos dias de 2023, a Petrobras anunciou a assinatura de contrato com a Unigel para industrialização por encomenda (Acordo de Tolling) para produção de fertilizantes nas fábricas de Sergipe e da Bahia. De acordo com o Sindiquímica Bahia, isso deve assegurar cerca de 700 postos de trabalho que estavam em risco desde a paralisação das unidades.

A Unigel arrendou as Fábricas de Fertilizantes (FAFENs) Bahia e Sergipe em 2021. Em novembro passado, a empresa colocou os mais de 300 funcionários da fábrica da Bahia em aviso prévio, alegando que o custo do gás não justificava a operação da planta. Algumas semanas depois, a Unigel voltou atrás informando que estava em tratativas com a Petrobras para uma solução.

A expectativa é que, por esse acordo, a Unigel deve permanecer como arrendatária, mas atuará como uma prestadora de serviços. Dessa forma, a Petrobras entregaria o gás para a operação, e a ureia produzida seria da petroleira.


Reunião realizada pelo Sindiquímica com o secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, para solicitar participação do estado nas negociações com a Unigel / Divulgação/Sindiquímica



“A assinatura do Acordo de Tolling com a Unigel evita 380 demissões diretas de trabalhadores da nossa categoria e outros mais de 300 da unidade de Sergipe. Além disso, abre a possibilidade de maior participação da Petrobras na petroquímica, o que afeta diretamente o preço das resinas termoplásticas e toda a cadeia da indústria plástica nacional”, destacou José Pinheiro, diretor do Sindiquímica Bahia.

Para Pinheiro, não existe política de desenvolvimento industrial nacional sem compreender o papel da Petrobras, que exerce forte influência na indústria petroquímica, química e plástica brasileira.

A produção de fertilizantes no Brasil tem sido uma pauta estratégica do governo federal, que quer garantir segurança no suprimento do país, grande produtor agrícola que importa a maior parte de suas necessidades.


Reunião com o diretor da área de Refino e Gás Natural da Petrobras, William França da Silva, e Sindiquímica / Divulgação/Sindiquímica


A atual gestão da Petrobras também defende que a fabricação de fertilizantes é estratégica para a estatal, especialmente diante das iniciativas para transição energética. A parceria da Petrobras com a Unigel prevê estudos para produção de projetos de baixo carbono, como a amônia verde.

Para o Sindiquímica, o contrato de industrialização por encomenda, chamado Acordo de Tolling, pode ser uma solução de curto prazo para problemas de rentabilidade enfrentados pelas fábricas de fertilizantes nitrogenados arrendadas na Bahia e em Sergipe para a Unigel.

Edição: Gabriela Amorim