Uma operação deflagrada nesta quinta-feira (07) cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra acusados de envolvimento com uma milícia em Feira de Santana (BA), dentre elas, policiais militares e o deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida (Patriota), conhecido como Binho Galinha.
O parlamentar é apontado como líder do grupo miliciano acusado por crimes de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada. A operação realizou a prisão preventiva de seis pessoas: Mayana Cerqueira da Silva, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, Jorge Vinícius de Souza Santana Piano, Jackson Macedo Araújo Júnior, Josenilson Souza da Conceição e Roque de Jesus Carvalho.
A operação cumpriu ainda 35 mandados de busca e apreensão, incluindo a casa e fazendas do deputado. E apreendeu documentos, pasta de cocaína, armas e munições. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou um total de 15 pessoas por suposto envolvimento com a milícia. Além dos seis que foram presos, são acusados também o deputado Kléber Almeida, Thierre Figueiredo Silva, Nilma Carvalho Pereira, Ruan Pablo Pereira Carvalho, Alexandre Pereira dos Santos, Washington Martins Silva, Vagney dos Santos Aquino, Bruno Borges França e Kleber Herculano de Jesus.
A Operação ‘El Patron’ foi realizada em conjunto pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), Polícia Federal, Receita Federal e pela Força Correicional Integrada da Secretaria de Segurança Pública (Force/Coger/SSP).
A denúncia foi recebida pela Justiça, que determinou o bloqueio de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 imóveis urbanos e rurais, sendo dez fazendas, nove casas, quatro terrenos, dois apartamentos e uma sala comercial, quatorze veículos, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas. O MP pede ainda no processo que a Justiça determine o pagamento de multa superior a R$ 30 milhões por danos morais coletivos.
De acordo com o MP-BA, as investigações revelaram que a organização criminosa realizou, em uma década, movimentações bancárias superiores a R$ 100 milhões, total transferido diretamente ao logo do tempo pelos investigados e por empresas que realizavam lavagem de dinheiro.
Ainda segundo a denúncia, o grupo contaria também com a participação de policiais militares do estado da Bahia, que integrariam o braço armado da milícia. Eles seriam, mediante uso de violência e ameaças, os responsáveis por cobrar valores indevidos oriundos de jogatinas e empréstimos a juros excessivos.
* Com informações do MP-BA.
Edição: Gabriela Amorim