Bahia

Despejo

178 famílias sofrem despejo em acampamento no município de Itabela (BA)

Decisão judicial proibiu famílias de utilizarem veículos para retirarem seus pertences do local

Salvador |
PM cumpriu ordem de despejo na manhã desta terça (07) em Itabela - Coletivo de Comunicação MST-BA

Na manhã de hoje (07), as 178 famílias que vivem no acampamento Claudia Sena, localizado no município de Itabela, extremo sul da Bahia, foram surpreendidas com uma ordem de despejo assinada pelo juiz Roberto Costa de Freitas Junior. As famílias foram retiradas do local, e as plantações foram destruídas. A decisão judicial proibia que os trabalhadores e trabalhadoras utilizassem veículos para retirada de seus pertences do acampamento.


Famílias deixaram o acampamento a pé levando seus pertences, porque a decisão judicial proibiu a utilização de veículos / Coletivo de Comunicação MST-BA

No momento, as famílias estão concentradas às margens da estrada, a cerca de 3km do local do acampamento. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), em dez meses de disputa judicial, esta é a terceira decisão desfavorável às famílias acampadas. Ainda segundo o MST, a justiça tem demonstrado rigor para garantir os interesses dos latifundiários e negado pedidos que garantam os direitos das famílias acampadas, como a intimação do Ministério Público Estadual e da Defensoria Pública para acompanharem o caso mais de perto.

Quando foi ocupada, em março de 2022, a área estava abandonada, sem exercer qualquer tipo de atividade econômica ou uso. Desde então, as famílias vêm se organizando e resistindo no local, construíram barracos de lona para morar e iniciaram a produção de alimentos saudáveis para se alimentarem e comercializar.


Plantações do acampamento Claudia Sena foram destruídas na ação de despejo / Coletivo de Comunicação MST-BA

“É uma situação de trabalhadores rurais sem terra que estão em luta pela democratização do acesso à terra para poder construir uma vida digna”, ressalta Alcione Mantay, da direção regional do MST-BA. Ela pontua que essas famílias estão privadas do acesso à terra, mas também estão privadas da educação e saúde que não é à população do acampamento pelo município. Para alcançar esses direitos básicos, Alciona Mantay destaca que o primeiro passo é o acesso à terra. “A luta das famílias sem terra é justa em defesa da vida, moradia, alimentação saudável e dignidade de quem vive no campo”.

Com informações do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Edição: Gabriela Amorim