Bahia

Agroecologia

Na Bahia, Movimento Sem Terra lança o Café da Reforma Agrária

Famílias Sem Terra produzem café de maneira agroecológica nos assentamentos do extremo-sul do estado

Brasil de Fato | Salvador (BA) |
São mais de 4 milhões de pés de café produzidos nas áreas de assentamento no extremo-sul da Bahia - Divulgação MST

Ocupar, resistir, produzir é o lema que carrega as famílias Sem Terra de todo país. Depois de ocupada a terra, os trabalhadores resistem cotidianamente socializando sua cultura camponesa e a produção de alimentos saudáveis com a população. 

Nesse momento de 35 anos de resistência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST na Bahia, os agricultores a partir de muita luta e organização, lançam o Café da Reforma Agrária, cultivado pelas famílias Sem Terra dos assentamentos da região do extremo sul da Bahia.

O Lançamento do Café da Reforma Agrária acontece hoje (02), desde às 08h, na Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, localizada no Assentamento Jacy Rocha, município do Prado/BA.


Na COOPAESB, 62 famílias participam diretamente da Rede Produtiva do Café / Divulgação MST

A Rede Produtiva do Café

A organização da produção do café pelos assentados da Reforma Agrária faz parte da Rede Produtiva do Café do MST. Na Bahia, a COOPAESB - Cooperativa Agropecuária do Extremo Sul da Bahia, tem se tornado referência na organização das redes produtivas e possui quase 290 associados.

Hoje na produção do café participam diretamente 62 famílias que fazem parte da Rede Produtiva do Café, que só na região do extremo sul da Bahia produz mais de 4 milhões de pés de café nas áreas de assentamento.

A Rede do Café nasceu a partir dos debates do setor de produção do MST e, em 2018, iniciou o processo de organização e beneficiamento da produção do café pelo MST no estado baiano. Em 2019, a COOPAESB foi contemplada pelo governo do estado no edital da Aliança Produtiva.

Para Hervison Pereira, presidente da COOPAESB, o edital contribui para além das famílias contempladas, contribui para a formação e organização da produção de muitos agricultores.

“A partir do edital foi possível a implantação de unidades agroflorestais certificadas, além de potencializar outras experiências que já existiam sobre a produção de café, todo o processo beneficiou para além das famílias contempladas pelo edital”, destaca Pereira.

Marca registrada dos produtos da Reforma Agrária

Na Bahia, o Movimento Sem Terra registrou a marca Terra Justa, como marca dos produtos da Reforma Agrária produzidos pelos trabalhadores e famílias Sem Terra no estado.

A marca Terra Justa foi pensada a partir da organização das Redes Produtivas. A primeira delas foi a do Cacau, na produção do Chocolate Terra Justa. E o setor tem avançado para a organização de outras redes produtivas, como a do café. Em breve, também serão desenvolvidas as redes produtivas do Mel e da Farinha de Mandioca.

Para Arleu Kay, da coordenação do setor de produção do MST/BA, “a luta para conquistar um pedaço de terra é muito difícil, é com muito trabalho, então todo alimento que se produz é justo”.

“Terra Justa é mostrar para a população a justiça sendo feita, a terra é justa por estar na mão da classe trabalhadora. O alimento e o seu valor são justos pelo o que está sendo produzido, com qualidade e responsabilidade”, conclui Kay.

Serviço

Lançamento do Café da Reforma Agrária

Dia: 02/12/2022 sexta-feira

Horário: A partir das 08h

Local: Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto - BR 101, KM 834, Assentamento Jacy Rocha, Prado/BA

 

Edição: Lorena Carneiro