Depois de dois anos de recesso devido à pandemia da Covid-19 e três datas adiadas esse ano, a décima edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira - FLICA voltou a mobilizar o público de forma presencial. Com o tema “Liberdade e Literatura Brasis” o evento foi realizado pela Fundação Hansen Bahia em parceria com a CALI - Cachoeira Literária entre os dias 03 e 06 de novembro em Cachoeira, no recôncavo baiano.
Mesas de diálogo, lançamentos de livros, exposições de arte e artesanato, música, poesia, samba, Hip Hop, capoeira e outras manifestações culturais ocuparam as ruas da “cidade heroica” à beira do Rio Paraguaçu. O destaque na música ficou para Margareth Menezes, celebrando 60 anos de vida.
“É um prazer enorme esta homenagem, dentro de um tema maravilhoso que é essa amplitude da cultura do nosso Brasil, dessas representatividades que existem. O Brasil é um país diferenciado justamente por causa dessa diversidade de representações culturais e estéticas”, comentou a artista.
No segmento das filarmônicas, a Minerva Cachoeirana brilhou em desfile pelas ruas da cidade, emocionando turistas e moradores. A instituição, de 144 anos, mantém a Escola de Música Alcides dos Santos, que oferece gratuitamente formação musical para 60 crianças e jovens. O presidente da filarmônica, Manoel Martins Gomes Filho, reconheceu a importância da festa para o desenvolvimento sócio cultural do estado.
"Além de incrementar a economia, com o fortalecimento do turismo, a FLICA é uma grande vitrine para valorizar a ‘prata da casa’, as instituições culturais regionais como a tradicional Minerva Cachoeirana" declarou o presidente durante o desfile da banda sexta-feira (4).
Programação para todos os públicos
Durante os quatro dias de evento, o público pôde se dividir entre diversos espaços e atividades, como lançamento de livros, feira de economia solidária e mesas de debate. Para as crianças, o destaque ficou com a Fliquinha, que garantiu uma programação especial pensadas especialmente para os pequenos.
Uma multidão de pessoas também foi prestigiar as rodas de conversa, que trouxeram temas como empreendorismo negro, comunicação e literatura feminina negra. Nomes como o do rapper MV Bill, da pesquisadora Carla Akotirene e o do escritor Aldri Anunciação atraíram inúmeros espectadores, principalmente os mais jovens.
Já a "Casa Insubmissa", produzida pela plataforma Diálogos Insubmissos de Mulheres Negras (DIMN), reuniu escritoras, ativistas, pesquisadoras e autoras negras. Uma das atividades de destaque foi a mesa “Mulheres Negras” com a presença de artistas contempladas com a residência artística em 2022, como Sanara Rocha e Crislane Rosa.
Edição: Lorena Carneiro