Na última terça (18), milhares de pessoas foram às ruas em diversas cidades da Bahia nas manifestações em defesa da educação pública. O ato, que aconteceu em mais de 100 cidades no Brasil, foi convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) após o anúncio do governo federal no dia 05 de outubro de que haveria um bloqueio de mais de R$ 1 bilhão nas verbas de custeio da educação superior do país. A reação negativa da decisão levou o ministro da Educação, Victor Godoy, a divulgar um vídeo afirmando que o governo federal faria o desbloqueio dos recursos.
Na Bahia, os atos aconteceram em pelo menos 14 cidades das principais regiões do estado. Em Salvador, milhares de estudantes e trabalhadores da educação saíram da praça do Campo Grande e percorreram as ruas do centro da capital denunciando a política de desmonte aplicada pelo governo Bolsonaro. No dia 06, logo após o anúncio do bloqueio das verbas, estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) já haviam ido às ruas da cidade como reação à medida. Segundo o reitor da instituição, Paulo Cesar Miguez, mesmo com a suspensão do bloqueio, o governo federal já cortou cerca de R$ 12,5 milhões do orçamento da universidade.
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Em Feira de Santana, a 110 km da capital, a mobilização começou dentro da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e depois seguiu para o centro da cidade, envolvendo estudantes e trabalhadores de outras instituições. A universidade tem sido alvo de bolsonaristas nos últimos dias por conta de uma faixa escrito "Fora Bolsonaro" que fora instalada na frente da UEFS pela Adufs, o sindicato dos docentes da instituição. Na segunda (17), dois homens invadiram a reitoria e coagiram a secretária do gabinete e o reitor, Evandro do Nascimento, a darem explicações sobre a presença da faixa.
Na Câmara, o vereador Jhonatas Monteiro (PSOL) denunciou a intimidação. "O que aconteceu na UEFS merece repúdio, é muito próprio daquilo que o fascismo sempre foi. Teme todo espaço que tem potencial crítico, de reflexão", apontou.
Em Juazeiro, no norte do estado, os estudantes da cidade fizeram um ato em conjunto com os manifestantes de Petrolina (PE). A atividade teve início na Praça do Bambuzinho e ganhou as ruas da cidade pernambucana denunciando os cortes na educação e entoando o grito de "Fora Bolsonaro".
Também foram registrados atos em Vitória da Conquista, Irecê, Porto Seguro, Teixeira de Freitas, Valença, Guanambi, Eunápolis, Barreiras, Ilhéus, Itabuna e Santo Antônio de Jesus.
Edição: Gabriela Amorim