A população de Juazeiro está convidada para participar de uma pesquisa sobre o saneamento básico do município. A iniciativa é do Movimento Popular de Cidadania, um coletivo que reúne diferentes entidades e movimentos populares em defesa da cidadania e dignidade humana.
Aldenisse de Souza é militante do Movimento Popular de Cidadania. Ela explica que o objetivo da pesquisa é "confrontar os dados que, às vezes, a gestão pública apresenta que não bate com a realidade. E a pesquisa vai trazer o que é que o povo está falando, o que é que está faltando, e, a partir disso, a gente chamar todos os responsáveis e cobramos que o município se adeque, já que temos um Plano Municipal de Saneamento Básico que precisa ser executado com seriedade a curto, médio e longo prazo".
Mas, o que significa o acesso ao saneamento básico para a população? Sobre isso, Aldenisse afirma: "A gente precisa entender que saneamento, a palavra em si, um lugar sadio para se viver, com condições básicas, seria o acesso à água potável, a coleta e o tratamento do esgoto, a coleta e a destinação adequada do lixo, a drenagem da água de chuva e, na Bahia, tem um quinto elemento, que é o controle de vetores".
O panorama do acesso ao saneamento básico na Bahia não é favorável e muito precisa ser feito por parte do governo, de acordo com a militante. "Cerca de 20% da população do estado ainda não tem acesso à água potável. E acredito que este número não reflita totalmente a realidade, já que a gente tem muitos municípios, muitas áreas rurais que ainda não têm acesso à água potável. Além disso, 46% da população não tem coleta de esgoto. E muitas, quando têm a coleta, não têm o tratamento", afirma Aldenisse.
O Movimento Popular de Cidadania destaca a importância da participação da população juazeirense na pesquisa. De acordo com Aldenisse, o município não é diferente das outras cidades baianas quando o assunto é acesso ao saneamento. "Uma cidade ribeirinha que ainda tem uma população perto do rio sofrendo com falta de água. Inclusive na área urbana, que não tem acesso à água potável. Ainda temos esgotos que são lançados no rio. Uma cidade com esse porte ainda nessa situação. O que ainda falta é o saneamento básico ser levado a sério, como uma questão de direito, uma questão ambiental e também econômica", pontua.
A pesquisa pode ser respondida até o mês de maio, através de formulário disponibilizado no perfil do Facebook do Movimento Popular de Cidadania. O objetivo é apresentar o resultado em audiência pública na cidade em junho deste ano.
Edição: Jamile Araújo