Cerca de 250 famílias assentadas de Itamaraju e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam o prédio da prefeitura do município desde a manhã da última quarta-feira (09). A ação tem o objetivo de cobrar as promessas de políticas públicas para a população rural da cidade feitas pelo prefeito Marcelo Angênica (PSDB).
As famílias e lideranças do movimento tentam diálogo com a prefeitura desde 2017, quando demonstraram a urgência do cumprimento dos direitos previstos para que a reforma agrária na região se efetivasse. No entanto, até o momento, são muitas promessas e nenhuma ação, de acordo com os manifestantes. Infraestrutura e serviços básicos, a exemplo da construção, reforma e manutenção de estradas, postos de saúde e escolas, estão entre as principais reinvindicações da população.
"Vamos continuar aqui até que o prefeito tenha o interesse de nos atender. O que nós queremos são apenas os nossos direitos. A escola está caindo os telhados, a estrada não tem condição de transporte, principalmente transporte escolar, a saúde que está sendo jogada às traças e o prefeito se quer fazer uma conversa com a gente”, reforça David Pedroso, integrante da direção estadual do MST na Bahia.
Na quarta (9), o secretário administrativo da cidade conversou com as famílias e informou que marcaria uma reunião com o prefeito se o prédio da prefeitura fosse desocupado, de acordo com Eliane de Oliveira, direção Estadual do MST no extremo sul. Os manifestantes não concordaram e decidiram permanecer no local até que a reunião aconteça. No segundo dia de ocupação a energia do prédio foi cortada. Nesta sexta (11), foi dado ponto facultativo para os funcionários do prédio e, no meio da tarde, um oficial de justiça foi até o local solicitando a desocupação ainda hoje, de acordo com Eliane, que explica ainda que a previsão é resistir na ocupação.
Sobre a cidade
Itamaraju possui mais de 64 mil habitantes (IBGE), onde a grande maioria é residente das zonas rurais. A produção agrícola das famílias agricultoras e assentadas é uma das atividades econômicas mais importantes para o desenvolvimento do município, que fica no extremo sul baiano, há 740 km da capital, Salvador. Mesmo assim, não estão sendo contempladas com os investimentos da governança pública.
Até o momento, não houve pronunciamento da prefeitura sobre o caso.
Edição: Elen Carvalho