Hoje eu vou falar um pouco sobre o Outubro Rosa e o rastreamento do câncer de mama. Afora os debates e as problematizações e possíveis críticas a instituição desses meses coloridos no Sistema Único de Saúde (SUS), é importante a gente começar pontuando que, quando falamos de rastreamento, estamos falando de medidas, geralmente exames, solicitados periodicamente para pessoas que não referem sintomas ou que não apresentam sinais de anormalidade em seus corpos. 

No Brasil e em vários outros países, ainda não há um consenso sobre esse tipo de rastreamento. Contudo, levando em consideração as últimas diretrizes do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer, seguindo o exemplo de lugares como Bélgica, Suíça e Reino Unido, o método de rastreamento que tem a maior evidência científica de diagnóstico precoce e redução de mortalidade é a mamografia, que deve ser realizada por mulheres cis e trans e homens trans que não fizeram mastectomia, entre 50 e 69 anos, de forma bianual. 

Essa recomendação pode variar se existe uma chance maior de desenvolver câncer de mama, como nos casos de história familiar. E, nesses casos, as condutas devem ser individualizadas e discutidas com as profissionais de saúde que estão no acompanhamento dessas pessoas. 

Mas, quais são os sinais e sintomas mais comuns do câncer de mama? Presença de nódulo endurecido, fixo e, geralmente, indolor em mama, ou no pescoço, ou em axilas; alterações de pele das mamas, como retração e aspecto de casca de laranja; além de saída de secreção pelo mamilo. No caso da presença de alguns desses sinais ou sintomas, uma profissional de saúde deve ser consultada para dar seguimento a uma investigação o quanto antes. 

Importante destacar que a mamografia é um exame complementar realizado pelo SUS. Então, se você está dentro das recomendações do rastreamento, é importante procurar uma unidade de saúde, um postinho de saúde para fazer a solicitação da sua mamografia. 

*Flávia Silva é medica de família e comunidade e professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
 

Edição: Elen Carvalho