Nesta sexta-feira (02), dia que marca os 198 anos da Independência da Bahia, é lançado o programa da Rádio Brasil de Fato Bahia. O lançamento do piloto é mais um passo dado na construção do Brasil de Fato no estado. Este mês, marca também, os três anos do início das atividades do sistema na Bahia, quando teve início a produção e a circulação regular do jornal impresso no formato tablóide. O programa pode ser ouvido na plataforma Spotify.
Com apresentação de Gabriela Amorim e Alfredo Luiz, e a presença das vozes e sotaques do povo baiano, o programa aborda temas como fechamento das escolas do campo; as lutas dos povos do campo e florestas; as privatizações da Petrobrás e Embasa; entrevista com João Carlos Sales, reitor da UFBA, sobre o cenário de desafios para a manutenção das atividades nas universidades públicas; no tema da saúde, sobre as diferenças entre as máscaras e qual alternativa é mais segura; no quadro ‘Na boca do povo’ o tema da Independência da Bahia.
“É com muita felicidade, que a equipe do jornal Brasil de Fato Bahia anuncia o lançamento do nosso programa de rádio. Com a proposta de uma comunicação popular que se aproxime da classe trabalhadora e da juventude”, diz Gabriela Alvarez, da equipe do jornal no estado. Ela afirma ainda que o objetivo do programa é trazer notícias, debates e cultura para o povo baiano. Allan Hayama, do Sindicato dos Engenheiros da Bahia (Senge-Ba) e colunista do Brasil de Fato, fala sobre a importância da comunicação como parte estratégica para a emancipação e elevação da consciência do povo. “O Brasil de Fato é uma dessas ferramentas, na escrita e agora na rádio. A importância da rádio é justamente atingir o povo de forma mais direta, trazendo a conjuntura, as necessidades concretas e a nossa cultura”, argumenta Hayama.
Hayama acredita que a rádio pode atingir mais pessoas que a escrita e parabeniza os três anos de atividade do jornal na Bahia. “Muitas vezes a escrita não atinge o todo, então a rádio vem para trazer mais uma disputa, mais uma narrativa, para emancipação. Além de trazer a visão do povo e da classe trabalhadora. Vida longa ao Brasil de Fato. Parabéns pelos três anos e com certeza vamos avançar na estratégia de comunicação popular”, diz o sindicalista. Gabriela Alvarez deixa o convite: “Nós que construímos o jornal, deixamos aqui nosso convite para vocês leitores ouvirem o nosso programa”.
Confira o programa piloto.
“Com tiranos não combinam Brasileiros, brasileiros corações”
O histórico de organização e luta popular do povo baiano é extenso. Diversos levantes, revoltas e maneiras de resistência, bem como lutas por igualdade e contra a tirania das elites, aconteceram em todo o território baiano ao longo dos séculos. Neste dois de julho, data que marca a Independência da Bahia, e a derrota final do exército português, no ano de 1823, é um destes processos de luta que tem muito a nos inspirar.
A memória da luta pela independência da Bahia é representada na figura do caboclo e da cabocla, e figuras como Maria Felipa, Maria Quitéria e Joana Angélica. Negra, liderança na Ilha de Itaparica, Maria Felipa teria atraído soldados portugueses, junto com outras mulheres, que armadas com peixeiras, surraram eles com galhos de cansanção, planta que causa queimaduras e ardor na pele; e ateado fogo nas embarcações dos mesmos. Maria Quitéria, que se disfarçou de homem para poder se alistar e participar das batalhas, conhecida como Soldado Medeiros, e depois descoberta, foi mantida no quadro por sua qualidade enquanto soldado. E Joana Angélica, abadessa do Convento da Lapa, que enfrentou o exército português que tentava invadir o convento procurando por brasileiros.
O legado que o dois de julho deixa é o de que a luta é necessária para transformar a realidade. E neste dia, que até o sol é brasileiro, ou em qualquer outro, a tirania não combina com este povo e com os brasileiros corações.
Edição: Jamile Araújo