O Sindicato dos Petroleiros da Bahia – Sindipetro/BA lançou na última quarta-feira (19) a campanha “Rlam 70 anos: história, luta e resistência”, em comemoração ao aniversário da Refinaria Landulpho Alves - Rlam, localizada no município de São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano. A campanha teve início com um ato em frente ao portão principal da refinaria, que contou com a participação de trabalhadores e mantendo os cuidados devidos pelo isolamento social, a exemplo de distribuição de máscaras para prevenção da Covid-19.
Durante todo o mês, até a data de aniversário da refinaria, no dia 17 de setembro, serão realizadas diversas atividades, como lives com especialistas nas áreas econômica, jurídica e da indústria para mostrar o papel da Rlam e sua importância para a Bahia e o Brasil, tanto através da geração de empregos, arrecadação de royalties e impostos, como do investimento em ações sociais, marca da Petrobrás ao longo de sua história.
A ação também homenageia os petroleiros e petroleiras que fizeram e fazem da Rlam a segunda maior refinaria do país em capacidade de processamento.
História
Criada em 1950, a Rlam foi a primeira refinaria nacional, impulsionada pela descoberta do petróleo na Bahia, a partir do Campo de Candeias, e pelo sonho de uma nação independente em energia. Ao entrar em operação, antes mesmo da criação da Petrobrás (em 1953), a refinaria mudou o cenário baiano, que deixava para trás o modelo agrário para um novo ciclo econômico apoiado na atividade industrial.
Sua operação possibilitou o desenvolvimento do primeiro complexo petroquímico planejado do país e maior complexo industrial do Hemisfério Sul, o Polo Petroquímico de Camaçari, além de ter contribuído para o desenvolvimento tecnológico, geração de empregos e renda para a Bahia e para São Francisco do Conde, que tem uma das maiores rendas por habitante no país, devido à presença da Petrobrás no município.
Na Rlam são refinados 31 tipos de produtos. Além de gasolina, diesel e lubrificantes, a refinaria é a única produtora nacional de food grade, uma parafina de teor alimentício, usada na fabricação de chocolates, chicletes, entre outros, e de n-parafinas, usadas como matéria-prima para detergentes biodegradáveis.
Luta e resistência
A campanha iniciada no dia 19 representa também a luta em defesa da Rlam, que foi colocada à venda pelo governo Bolsonaro, ignorando decisão do Supremo Tribunal Federal - STF que proíbe a venda de estatais sem licitação pública e aval do Congresso Nacional. O provável comprador, já em fase de negociação, é um conglomerado internacional dos Emirados Árabes. A operação pode vir a encarecer ainda mais os preços de derivados do petróleo, como o diesel, gasolina e gás de cozinha.
O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros - FUP, Deyvid Bacelar, que é funcionário da Rlam, convoca a categoria e a sociedade baiana a se engajar na campanha em defesa da refinaria: “Precisamos fazer a nossa parte pois a batalha não está perdida. O STF e o Congresso nacional ainda estão discutindo a legitimidade da venda da Rlam. É necessário pressionar da mesma forma como foi feito em 1953 com a campanha ‘O Petróleo é Nosso’, que levou à criação da Petrobrás”, afirma.
Edição: Elen Carvalho