Vivemos períodos de imprevisão e expectativa em meio à pandemia da Covid-19. Estar em casa, em isolamento, pode complicar a vida de quem já é ansioso e mesmo de quem nunca foi. Mas algumas atividades podem ajudar a passar melhor por isso – o yoga é uma delas. Prática milenar, ele traz calma e bem-estar, através de práticas de posturas, respiração e meditação. E o melhor: em Salvador, projetos que promovem aulas gratuitas estão realizando sessões on-line para você fazer de casa.
Um exemplo é o projeto Yogalah, que acontece na orla do Jardim de Alah, com a professora Paula Reis. Ela explica que o yoga contribui trazendo relaxamento e flexibilidade, entre inúmeros benefícios. O objetivo, segundo Paula, não é conseguir fazer todas as posturas: “Ele é muito mais interno”. A prática pode aliviar a ansiedade porque traz “presença”, orienta: “Enquanto está aqui, presente, a gente consegue relaxar e viver o que está acontecendo agora, independente de qualquer coisa”. Ao exercitar-se, analisa, “eu começo a trazer a atenção para o meu corpo, para meus movimentos, para a minha respiração”. O que pode ajudar quando focamos muito no que ainda está por vir.
Carla Dantas, que conduz as aulas do projeto Amanhecer com Yoga, no Palacete das Artes (na Graça), afirma que a atividade desenvolve equilíbrio emocional: “quando a gente se auto-observa nas práticas, desenvolve atenção pelas nossas emoções”. Ressaltando a integração entre corpo e mente, ela explica que os exercícios contribuem também para aliviar dores corporais.
Em tempos de recolhimento, Carla vê no yoga um caminho. E lembra: “A gente está falando de um vírus que acomete o sistema respiratório”, e respirar é “nossa conexão com a vida, com o planeta”. Para ela, o yoga é essencialmente “relação” – consigo, com o outro e com o entorno. Assim, embora viver em certo confinamento não seja fácil e gere várias tensões, diz, é preciso olhar para outros aspectos: “Porque se a gente percebe que estar em casa significa que muitas pessoas podem estar sendo cuidadas, isso é muito importante”.
Rir é o melhor remédio
De um jeito diferente, o yoga do riso une risada e exercícios de respiração. Foi desenvolvido pelo médico indiano Madan Kataria e sua esposa Madhuri, professora de yoga. Ele observou que pacientes que sorriam mais conseguiam recuperar-se mais rápido ou tinham uma leveza maior para passar pela doença, conta Helena Matos, líder do riso em Salvador.
“É o exercício do riso sem motivo”, explica. O riso exercitado, segundo Helena, tem os mesmos benefícios para a saúde que o riso genuíno: o cérebro não os diferencia. Ele faz o corpo liberar hormônios do bem-estar e diminuir hormônios do stress, o que fortalece o sistema imunológico.
Um benefício que cai bem nesse momento, diz Helena, é a resiliência. “Quando a gente faz uma sessão, o efeito é prolongado. A pessoa muda da preocupação para alegria e isso faz com que ela veja a situação por um ângulo um pouco mais otimista”. E conclui: “Quando a gente sorri sem motivo aparente, traz um trabalho interno de ‘eu posso rir mesmo na dificuldade, eu posso estar feliz e enfrentar este problema’. Como muda o humor da pessoa, muda também a forma como ela enxerga seus problemas e a realidade a seu redor”.
O Clube do Riso acontece na Casa AmarEla (Itapuã) e na UFBA (no PAF1). Durante o isolamento, as aulas têm sido pelo Instagram, consulte horários no @yogadorisosalvador. Os dois outros projetos também estão na rede: o Amanhecer com Yoga tem lives no endereço @carladantas_yoga. Já o Yogalah virou Yogacá e as aulas seguem ao vivo aos sábados pelo @yogapaulareis.
Edição: Elen Carvalho