O que você pensa quando ouve falar em trilhas? Há quem imagine grandes esforços, limitados a pessoas com bom porte físico e que necessitam de grandes recursos financeiros para serem realizados. Mas há também quem pense em momentos de relaxamento, contato com a natureza, respirar ar puro ou momento de estar com amigos conhecendo novos lugares.
Ao falar em trilhas, muitos associam a passeios, como os realizados no famoso Parque Nacional da Chapada Diamantina. Mas há trilhas próximas ou dentro das cidades de médio porte e dos grandes centros, ou trilhas em regiões litorâneas, que podem ser realizadas com baixo custo e podem trazer benefícios para a saúde física e mental.
É o caso do Parque São Bartolomeu, localizado no subúrbio ferroviário de Salvador, Parque Metropolitano de Pituaçu e o Parque Joventino Silva mais conhecido como Parque da Cidade, todos localizados na capital baiana. Ao conversar com Gabriella Pita, estudante de Pedagogia, que no mês de maio visitou o Parque São Bartolomeu pela primeira vez, ela nos conta que foi através do convite de uma amiga que soube que haveria guias para a trilha. “Adorei estar lá. Eu fiquei surpresa com a grandiosidade da mata, encantada com as cascatas e empolgada para voltar e experimentar o rapel na barragem do cobre”, declara.
Gabriella ressaltou uma preocupação com a preservação do Parque, mas indica que outras pessoas conheçam. “Fico preocupada com a poluição da trilha e desordenamento das construções dentro da reserva. Mas com certeza indico, ótimo passeio para família e amigos”, afirma.
Barbara Lima, nascida na cidade de Seabra na Chapada Diamantina e amante de trilhas, diz que fazer trilha é algo que une o útil ao agradável. “É bom tanto para o corpo, na questão física de se movimentar, tanto quanto para a mente. Estar com a natureza, elementos da água e do próprio solo é uma conexão que pra mim é muito importante, então me sinto muito bem”, pontua.
Barbara fala ainda que a trilha do Vale do Pati, dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina, é a que mais marcou na memória, ainda que todas as que ela fez trouxeram sensações muito positivas. Ainda deixa um recado para quem nunca fez uma trilha: “O que eu digo para quem nunca fez uma trilha é que faça o quanto antes, até para pessoas mais velhas ou que não tenham tanto condicionamento físico para fazer trilhas muito longas, existem trilhas pequenas de 5 ou 10 minutos, e eu super recomendo porque com certeza é algo que a pessoa vai gostar de fazer outras vezes”, finaliza.
O professor de sociologia Vitor Alcântara, morador de Lençóis, chama atenção para o ato de caminhar já ser algo importante e que faz a diferença. “Em nossa sociedade atual, em que as coisas são tão rápidas e velozes, já é um ato de ir contra esse movimento natural da nossa sociedade, de estar o tempo todo acelerando as coisas. Quando a gente anda, na cidade ou em qualquer lugar, a gente consegue observar as coisas, os detalhes do caminho, observar as pessoas, várias coisas que normalmente quando a gente está nos transportes públicos ou particulares não consegue observar”.
Além das trilhas dos parques em Salvador e na Chapada Diamantina, Vitor alerta para outras possibilidades de fazer trilha, como nas praias que tem rios próximos. “Essa ideia de trilha a gente precisa tentar desconstruir, porque tem coisas muito bonitas e lugares novos para a gente conhecer que, às vezes, a gente só pensa em acessar esses lugares através do transporte público, e é possível fazer caminhando”, conclui.
Algumas Dicas:
-Procure guias e pessoas que conheçam a região, planeje melhor horário de acordo com duração da trilha e condições climáticas;
-Esteja com roupas leves, calçados confortáveis e que protejam os pés ;
-Use protetor solar e leve repelente a depender do local/duração da caminhada;
-Leve água para hidratar e lanches;
-Deixe amigos e familiares avisados sobre onde irá;
-Cuidado com a preservação do local, não jogue lixo nos locais, recolha e descarte em local adequado.
Edição: Elen Carvalho