No dia 6 de janeiro, no qual se comemora o Dia de Reis, a festa do Reisado tem sua culminância em várias comunidades pelo interior da Bahia. A cultura tem origem nas pequenas aldeias portuguesas, chegando ao Brasil no período da colonização e trata-se da celebração do nascimento de Jesus.
Aqui, a festa ganha outros contornos, na qual são inseridas histórias folclóricas, as cores e sons regionais. Em diversas cidades, o Dia de Reis é marcado com celebrações e folias. Em Mucugê, por exemplo, o Reisado sai pela madrugada nas casas no final de janeiro.
Na comunidade de Breja Verde, município de Correntina, oeste da Bahia, a tradição se mantém. Raimundo Moreira de Souza, coordenador do grupo que “tira folia” na região, conta que o Reisado passa por dentro das famílias. A celebração começa no dia 25 de dezembro e vai até o dia 6 de janeiro. Atualmente, 12 pessoas compõem o grupo, “mas tem os acompanhantes que são quem mais diverte. A gente anda junto e eles nos guiam nas comunidades diferentes da nossa”, explica.
Raimundo explica também o que o Terno de Reis são os instrumentos que compõem a folia e Folia de Reis é o nome que se dá ao grupo que compõe o Reisado. A forma como o Reisado é conduzido varia. Em Breja Verde, “tem abertura para a saída e, na chegada, tem o encerramento. Durante a função, a gente sai pelas casas. Podemos fazer durante 24 ou 12 horas, de acordo com a promessa que a pessoa fez. As músicas que cantamos são da tradição e as que a gente compõe. Fazemos a louvação da Lapinha, de onde sai e chega a folia”, conta.
O número de casas visitadas também varia, podendo ser de três casas, que representa os três Reis, 12 casas, que representa os 12 apóstolos, ou até mais. “Antigamente, a folia saia até com três dias. Durante o trajeto a gente recolhe a oferta de acordo com a promessa que fizeram”, segue explicando Raimundo.
Se antes, o Reisado saia sem ensaio anterior, hoje, o grupo de Breja Verde faz uma prévia já em setembro se preparando para a data oficial. Recurso público nunca chegou. A folia sai através da fé e da organização da população. Como o próprio Raimundo explica, são as pessoas que fazem suas promessas para pagar nessa data que mantém o Reisado vivo. E aí, criança, adultos e pessoas mais velhas se juntam para fazer a folia.
Edição: Elen Carvalho