Bahia

ELEIÇÕES

Rui Costa é bem avaliado e lidera as intenções de voto em todas as regiões da Bahia

Para cientista político, governo conseguiu operar políticas públicas mesmo com crise, e por isso é bem avaliado

Brasil de Fato | Salvador (BA) |
O atual Governador e candidato a reeleição, Rui Costa (PT)
O atual Governador e candidato a reeleição, Rui Costa (PT) - Mateus Pereira/ Governo da Bahia

O tema das eleições está na boca do povo. Seja na padaria, no ônibus, nas praças ou nas filas de banco. A campanha eleitoral está na reta final, faltando uma semana para a eleição, no domingo sete de outubro, momento decisivo para o futuro do país e da população brasileira, que vai eleger candidatos/as a Presidente/a, governador/a, senadores/as, deputados/as estaduais e federais.

No que diz respeito ao cenário das eleições para o governo do estado da Bahia, a pesquisa Ibope divulgada no dia 18 de setembro apontou os seguintes percentuais de intenção de voto: Rui Costa (PT): 60%; José Ronaldo (DEM): 7%; João Henrique (PRTB): 2% ; Marcos Mendes (PSOL): 1% ; Célia Sacramento (Rede): 1% ; João Santana (MDB): 1% ; Orlando Andrade (PCO): 1% ; Brancos/Nulos: 17% ; Não sabe: 10% .

Com um crescimento de 10% desde a última pesquisa Ibope de 22 de agosto, o atual Governador e candidato a reeleição Rui Costa lidera as intenções de voto em todas as regiões da Bahia, tem o menor índice de rejeição, e seu governo vem sendo muito bem avaliado.

Para o cientista politico Cláudio André, Professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB, diversos fatores influenciam para que a avaliação da população baiana sobre os governos petistas desde o primeiro governo de Jacques Wagner (2007-2010) seja positiva. “Na minha opinião, o partido se mantem forte no estado, sobretudo, porque a partir das condições favoráveis do governo Lula, na atração de recursos federais, e também de determinadas políticas publicas que foram conseguindo garantir uma ampla mudança social pelo estado. Me refiro a politicas de habitação, de recuperação de estradas, muitas obras de saneamento e algumas de infraestrutura. Então, esse conjunto de ações do governo, e isso vêm desde o governo Wagner, acaba por influenciar essa posição que a gente vê hoje nas pesquisas”, pontua Claudio.

Claudio André ressalta que desde 2010, com a saída de Geddel Vieira Lima [MDB] da base do PT no estado, se formou o que ele chama de “centrão baiano”. Com o PP , PSD e o PR. Esses três partidos se aliaram ao governo do estado, e essa aliança teria trazido uma estabilidade na competição política devido à força deles no interior. Outro fator importante teria sido a capacidade que o governo teve de fazer disputa política nas grandes cidades em que teve prefeituras conquistadas pela oposição em 2016. Para ele, hoje na Bahia há uma “tripolarização da competição política” com três forças principais: PT, esse centrão baiano [PP, PR e PSD] e o Democratas como uma terceira força.
“Se a gente pegar o mapa da representação politica de 2016 das prefeituras, o DEM de ACM Neto cresceu bastante nas grandes cidades: Salvador, Barreiras, Camaçari que tem o pólo petroquímico, e Feira de Santana tem [que elegeu prefeito] o candidato Zé Ronaldo ao governo. A gente acaba tendo na Região Metropolitana de Salvador e nas grandes cidades baianas um avanço da oposição. E o governo soube neutralizar essa força política ao alocar obras e políticas públicas, e recursos nessas áreas”, conclui.

Como o PT nunca governou Salvador, Claudio avalia que talvez esse seja o grande fato novo, uma vez que uma vitória de Rui Costa nesse momento abre a possibilidade para o PT se preparar para o embate junto com outros partidos para conquistar Salvador, numa aliança de centro esquerda.

Outro ponto, é que apesar da crise de 2015, que gerou a campanha pelo impeachment que levou a deposição de Dilma Rousseff, e da crise econômica que fez o estado da Bahia perder receita, o governo estadual conseguiu operar políticas públicas e ser muito bem avaliado. Ao refletir sobre o cenário acerca da manutenção dessa força política nos próximos períodos e o cenário eleitoral nacional, Claudio avalia que uma ameaça futura possível está em como vai ficar esse segundo governo [de Rui] na sua relação com os investimentos federais.

No primeiro domingo de outubro, será escolhido também o futuro/a Presidente/a da Republica, e os baianos e as baianas tem um papel importante. Claudio André avalia que o estado da Bahia vai ser um território de peso no crescimento e na ida do candidato do PT, Fernando Haddad, para o segundo turno. “Aqui [na Bahia] se trata talvez do cenário mais favorável para a vitória do PT em todo o Brasil, e há uma grande possibilidade de transferência de votos, então há um potencial de que Haddad continue crescendo consolidando como candidato que vai para o segundo turno”, finaliza.

Edição: Elen Carvalho