Com a participação de trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra de 10 regiões do estado da Bahia, o 30º Encontro Estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acontecerá entre os dias 10 e 14 de janeiro, no Centro de Treinamento da Secretaria de Desenvolvimento Rural (CTN-SDR), em Salvador. O Encontro será um espaço de estudo, trabalho e projeção das lutas em defesa da Reforma Agrária Popular.
Com uma programação diversa, o Movimento pretende discutir temas como o atual momento político de retirada de direitos, comunicação, organicidade interna, cultura, gênero e educação do campo. Para abrir as atividades de estudo e reflexão, será realizado um “Ato Político e Cultural com os Amigos do MST”.
Nesse ato, o Movimento contará com a presença de movimentos populares, organizações sindicais, partidos de esquerda e figuras históricas que têm contribuído de maneira direta ou indireta na luta pela terra no estado. Além disso, a programação prevê a realização de assembleias com as mulheres, os homens, a juventude e os sujeitos LGBT Sem Terra.
Ao reunir tantos parceiros e organizar vários espaços de estudo e debate, o encontro estadual pretende resgatar a trajetória de luta construída pelos trabalhadores Sem Terra da Bahia desde o dia 07 de setembro de 1984, data que ocorreu a primeira ocupação e que consolidou o primeiro processo organizativo no estado: o Assentamento 40 45, em Alcobaça, na região do extremo sul.
Encontros regionais
Desde novembro de 2017, o Movimento tem realizado diversos encontros regionais com a militância para discutir a conjuntura, denunciar as contradições do modelo produtivo do agronegócio no estado, mas também, para mobilizar os trabalhadores para o Encontro Estadual.
Cerca de 1,5 mil pessoas participaram dos encontros regionais, que segundo Evanildo Costa, da direção nacional do MST, demarcaram um momento importante ao resgatar a mística revolucionária e por fortalecer os debates mais amplos em torno da Reforma Agrária Popular.
“É impossível pensar a luta pela terra, sem antes consolidarmos métodos organizativos que nos ajude a potencializar as diversas bandeiras de luta que caminham lado a lado com a ocupação do latifúndio improdutivo. Estou falando da participação das mulheres, da juventude, dos LGBTs e como essas questões se relacionam ao nosso horizonte estratégico e de projeto de sociedade”, pontua.
Para Costa, essas questões só darão certo se caminharem junto com a formação política, com objetivo de garantir que cada trabalhador e trabalhadora Sem Terra possua um olhar crítico sobre realidade. “Acredito que um dos nossos maiores desafios para este ano é o de continuar com nossos cursos de formação e estudos permanentes acerca das lutas de classe na Bahia, no Brasil e no mundo”.
Reflexo desse processo de organização e estudo, o 30º Encontro Estadual do MST na Bahia será mais um espaço de formação, mas também de luta coletiva ao projetar os próximos passos do Movimento.
Acompanhe
Informações sobre a programação serão publicadas em tempo real pela página do MST no facebook e pela página do Coletivo Sem Terra de Comunicação na Bahia através da página do Voz do Movimento.
Edição: Jamile Araújo